quarta-feira, 18 de março de 2015

719 - Luigi Galvani

O italiano Luigi Galvani nasceu em 9 de setembro de 1737, em Bolonha, a cidade em que viveu a vida quase toda.
Foi médico, professor e pesquisador, destacando-se por seus estudos sobre a bioeletricidade. Usando pernas de rãs mortas, Galvani demonstrou que a aplicação de metais nos músculos ou nos respectivo nervos poderiam fazer as pernas contrairem-se.
Seus experimentos também serviram de inspiração para o romance gótico "Frankenstein", de Mary Shelley, publicado em 1818, em que o monstro criado por um cientista adquiria vida através da aplicação de energia elétrica
Muito da personalidade de Galvani foi condicionada pelo século em que viveu. Sendo profundamente religioso, ele nunca considerou que a religião atrasasse sua pesquisa. Ao contrário, considerava que ciência e fé se auto-interpretavam.
Seus contemporâneos o descreviam como gentil, generoso e um dedicado chefe de família.
Em 1778, perdeu o cargo de professor da Universidade de Bolonha porque, por razões religiosas e princípios, ele se recusou a jurar obediência à República Cisalpina.
Ele morreu pobre, em 4 de dezembro de 1798, antes que pudesse aproveitar a pensão de sua reintegração como professor emérito da Universidade pelas suas contribuições à ciência.
O nome Galvani sobrevive nas células galvânicas, no galvanômetro e no processo chamado de galvanização. A cratera Galvani, na superfície da Lua, também foi assim nomeada em sua homenagem.
Galvani x Volta 
Dois acadêmicos italianos que, no final do século 18, ajudaram a impulsionar o mundo para a era moderna: Luigi Galvani, em Bolonha (que fazia parte dos Estados Pontifícios, o que significa que a cidade era efetivamente governada pela Igreja Católica), e Alessandro Volta, em Pavia, a cerca de 150 quilômetros de Bolonha.
Contemporâneos, ambos fascinados pela eletricidade, mas discordando entre si frontalmente no plano teórico.
Galvani tornara-se atraído pelo uso da energia elétrica nos tratamentos médicos. Ela fora usada, por exemplo, para estimular eletricamente os músculos de um homem paralítico, em 1759. Um relatório da época relatou como o estímulo impactara o paciente. O corpo do homem respondera aos estímulos elétricos. Para Galvani, isso aconteceu porque o corpo humano funciona com uma eletricidade animal, na forma fluida, que flui a partir do cérebro através dos nervos para os músculos onde produz o movimento.
Suas experiências pareciam provar que ele estava certo. Em seus experimentos com rãs, Galvani utilizou o gerador eletrostático de Hauksbee. Ele aplicou a carga da máquina, por meio de um fio de cobre, a um nervo logo acima da perna de uma rã. Assim como Galvani esperava, a perna de rã se contraiu. Ele acreditou que o fenômeno se devera a um tipo de energia elétrica que é intrínseco aos seres vivos.
Para Volta, um racional, mas também um homem religioso, a mera idéia de animais com eletricidade parecia mágica. Ele achava que tal idéia não tinha lugar na pesquisa científica. A perna da rã havia se movido, afirmou Volta, não por causa de uma eletricidade animal, mas por causa da eletricidade (produzida artificialmente e aplicada) fora da rã. Galvani, por outro lado, não podia acreditar no que Volta estava dizendo. Para Galvani, as idéias de Volta parecia incrivelmente obtusas (e contra o peso da evidência objetiva).
O debate entre os dois cientistas foi dos mais importantes e, dado a estrutura de tempo, teve conotações religiosas. Poderia o tipo de eletricidade que o homem produziu (artificialmente) ser o mesmo que Deus produzia (naturalmente)? ​​Galvani respondeu a essa pergunta "sim". Volta respondeu a essa pergunta "não", acreditando, e até mesmo a afirmando, que a ideia do oponente beirava à blasfêmia.
Quem estava certo ?

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