quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

573 - Brasil, referência mundial em doação de leite materno

A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (Rede BLH) é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a maior e mais complexa rede de banco de leite do mundo. O Brasil exporta tecnologia e conhecimento para 23 países da América Latina, Península Ibérica e África. Mas isso não impede que durante períodos das festas de final de ano o estoque caia em muitos dos 212 bancos de leite espalhados pelo país.
Por ano, no Brasil, aproximadamente 160 mil recém-nascidos recebem leite doado. Toda mãe que tem, por algum motivo, dificuldade em produzir leite, pode recorrer aos bancos de leite públicos para alimentar seu bebê. “É importante que a população saiba da necessidade da doação. Quando a gente faz campanha é porque muitas mulheres às vezes não sabem que podem fazer esse ato de doação. Se ela tem excesso de leite ela pode doar.”, afirma a coordenadora dos Bancos de Leite do Distrito Federal (DF), Miríam Oliveira Santos.
Comprar presentes, finalizar as pendências do ano, viajar para encontrar a família, férias e compromissos do final do ano costumam reduzir, entre dezembro e fevereiro, em até 40% a quantidade de doações de leite no país. Essa é a estimativa feita pela coordenadora de Processamento e Controle de Qualidade da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, Danielle Aparecida da Silva. Essa redução é compensada com o leite fabricado, mas que não tem o mesmo valor nutricional.
"A principal diferença é que o leite humano é um alimento funcional e é o único que tem fatores de proteção. Seus nutrientes são específicos para o bebê. Eles vão auxiliar não só no momento de amamentação, mas na prevenção de doenças futuras, como diabetes, obesidade e viroses. Ao não tomar o leite humano materno, o bebe perde em qualidade de vida”, explica Danielle Aparecida.
A mãe de gêmeos Aline Alves Veras Rodrigues diz que mesmo com os compromissos do final de ano não pretende deixar de doar. Apesar de ter dois filhos para amamentar, Aline ainda consegue doar de 4 a 5 frascos de leite por semana. Isso ocorre porque ela tem hiperlactação, que é quando uma mãe produz mais leite do que o filho precisa.
Ao conhecer no hospital uma mãe que não produzia leite e que seu bebê precisava ganhar peso para sair da UTI, Aline sentiu a necessidade de doar o leite que sobrava. “Eu com muito leite e ela com pouco. Foi ai que decidi ajudar outras crianças sempre que possível. Esse final de ano eu já comecei. Semana retrasada e passada contribui com uma doação bem grande”, conta Aline.
“Nessa época do ano a conscientização da população é ainda mais importante porque a queda no estoque dos bancos de leite é mais expressiva”, explica Miríam Oliveira. A coordenadora dos Bancos de Leite do DF conta que eles se mobilizam no final do ano para não deixar faltar leite. “A gente faz divulgação na imprensa, dentro das maternidades, dentro dos centros de saúde. Faz uma ação intensiva nesse período para que não falte leite”, comenta Miriam.
Lucas Leon, Blog da Saúde

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